quinta-feira, 30 de outubro de 2008

...

E todos os dias, como que receitado pelo médico, eu tomo....
A medida errada de precaução, daquelas que impede a natureza de ser livre...
Quem dera a cada vez que meu coração se apaixona-se poder rasgar o passado em mil pedaços...
só pra poder entregar a alma de uma só vez....
Que perfeito seria, ficar com o melhor do meu olhar....
E eu que fui a "300km/h na sua direção", esqueci que levo junto no porta mala tudo o que sou....do bom ao ruim....do leve ao pesado....
Eu espero com uma esperança que teima, que você não se importe...que você perceba de forma sincera o que eu tenho pra te dar, tudo o que eu posso te amar....
Eu espero que os meus fantasmas não me assombrem, que se exorcisem e desapareçam...
Pra seguir te dando a paz que sonho, a alegria que me invade em cada sorriso teu.
Não quero mudar, não quero ser outra pessoa, não quero nascer de novo, quero te apresentar a maravilha que você despertou em mim!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ninguém sabe, e não adianta discutir.....
Não sei por que estou aqui....é aqui mesmo na Terra, onde nascemos e morremos. Indecifrável tempo.
Que traz e leva um pouco de mim todos os dias, pelos olhos que cruzo, pelas bocas que ouço, pelos ouvidos que me emprestam.....Pela luta que todos os dias levantamos, acreditando em futuros que podem não acontecer, ou que acontecem sem esperar.....
Vida, maravilhosa......
Que eu aprenda dessa vez, a crescer, a tornar-me sábia o suficiente, para que o trabalho seja fácil e a convivência feliz...

domingo, 7 de setembro de 2008

Caminhando perto de casa

É verdade...um dia de cada vez é bem melhor.....
Hoje amanheceu cinzento e volta e meia o sol atravessava as nuvens carregadas de eletricidade, clareando apenas alguns pedaços das ruas, como um olho a nos espiar pela fresta. O vento alimentava o frio empurrando-o contra a ponta de nossos narizes. Ninguém na rua, as árvores de um verde vibrante contrastam com a escala de grafites do dia, elas dançam chacoalhando suas cabeleiras denunciando o sentido da corrente de ar, cachorros de todos os tamanhos correm e latem criando uma sinfonia que anuncia nossa passagem em cada uma das ruas, as mãos dentro do bolso tentam encontrar o calor e o rosto se encolhe dentro do capuz.

Por alguma explicação que ainda não consegui colocar em palavras, meu coração está estranhamente tranquilo, caminho pelo tapete preto feito de piche, deixo o peito gelar numa respiração profunda, parecida com aquelas de quando estamos prestes a mergulhar.

Olho pro meu irmão e sei que o dia se passará com frases incompletas e pensamentos que se perdem...gosto disso me dá a sensação de conhecê-lo profundamente, vamos caminhar muito, e a noite minhas pernas irão doer, mas eu quero, eu preciso.

Na praça, algumas horas depois, no escuro, em frente ao banco de madeira, no meio dos balanços o escorregador está cercado por água que reflete a luz sépia do poste velho, nós esperavamos, daquele momento em diante meu dia mudaria de tal forma que a sensação térmica passaria a ser indiferente. Pouco a pouco o dia se transforma, agora estavamos em três pessoas alguem que eu não conheço começa a conversar conosco, é conhecido dele , mais baixo do que qualquer um de nós, passa alguns minutos falando de sua própria vida, o que acho digno, afinal tem quem se interesse mais pela dos outros e vai embora, como um fantasma.

Continuavamos a esperar....logo mais alguém chegaria e traria consigo a minha caixa de pandora, antes caminhamos até a esquina tentando lembrar onde mesmo que ela morava (uma amiga, dessas que vc sabe que é tão igual que o tempo não se encarrega de acabar com a amizade), mas é em vão. Na mesma esquina, alguém liga pra namorada do orelhão; estão em um impasse sobre quem tem a culpa. Meu irmão se curva para alcançar a persiana de ferro que desce no final do expediente na mercearia, hoje é domingo, assustada porém mais necessitada, vende os cigarros avulsos, foram pedidos R$0,30. Retornamos ao banco da praça, quase desistindo.

Do outro lado da rua, ajeitando a blusa e colocando o gorro, ele chega.....eu quero contar tudo, todas as coisas que vivi.....e estou anciosa pra isso (essa minha reação foi mais outra surpresa), mas ele é complacente e pacencioso e acho que percebeu o quanto eu precisa disso, houve permissão, eu senti.
É verdade, as lembranças ficam mais vivas quando você encontra pessoas que te conhecem de longa data. Nostalgicamente aos poucos, no lugar do terreno vazio que servia de atalho para o colégio onde estudei, casas se levantaram, há muitas em construção, mas ainda há muito verde, diferente de São Paulo, onde a natureza já perdeu seu espaço.

Resolvemos que é melhor caminhar, já não sentimos mais os dedos do pé, um grupo de motoqueiros irá nos perseguir, somente na nossa imaginação, eles cruzaram tantas vezes pelas mesmas ruas que desconfiamos de suas intenções, afinal um de nós acabará de ser assaltado: moto e celular uzurpados do fruto de um trabalho, injusto e revoltante.

Quando reconheço o muro do cemitério, logo em seguida ao meu comentário....o arbusto move-se, alguém está tentando se aquecer ali, um miseravel se aconchega na sua cama de jornal e creio eu na minha dedução simplista e descarada, de que a solidão só não é maior por conta de um cãozinho que se ajeita logo abaixo de seu braço. Uma pegunta fica no ar: porque escolher aquele lugar, nunca saberemos! Nesse exato local a primeira entrada no passado: - Olha, são os prédios da base áerea, o primeiro é o do Pitty. - Aqui, não dá pra ver, mas é o bar do alemão, por trás da casa....é verdade o tempo voa.
Continua.....

Primeiras pedras

E eu chego aos braços do ventre que me concebeu como quem pode ajudar, mas mal sabem ele que meu coração pede abrigo...
Observo-a e percebo que a vida quase lhe escapou do corpo...uma força surpreendente desenha sua face: a vontade de viver. Uma vitória, penso, pois de alguma forma sei que a batalha apenas começou, mas não quero conspirar contra a esperança, o tempo sempre me pressionou e hoje quero exatamente esse momento; nem antes nem depois: agora...
Há mais quadros na parede do que na minha última visita, não cresci nesse casa, não há nenhuma lembrança da minha infância por aqui, não há nada meu, a não ser as pessoas que as habitam...
Minha mãe começa a falar, mas sinceramente não a ouço, vejo seus lábios se mexerem e a revisto de cima a baixo, ela está mais magra, o cabelo mais curto, o pijama largo, deitada em lençois coloridissimos, se ajeita devagar e me abraça, que vontade de chorar, mas estranhamente contenho cada gota de água e sal dentro dos meus olhos, me esforço e capturo o som de sua boca. Ela fala de amor, fala do medo que sentiu, descreve as pessoas que tornaram a jornada mais suave. Lembro que não estou por perto há muitos anos e que de certa forma esses seres humanos sabem mais dela do que eu, sinto ciúme, sinto raiva, sinto culpa... Ela procura as palavras para não me deixar de fora do círculo de apoio, mas eu sei que não fiz muito, aliás sei que na minha ansia de ser perfeita e tornar tudo mais simples (sobre a minha perspectiva, claro!) ´causei mais desconforto do que deveria...
Agora vou dormir, quero acordar diferente, hoje ainda estou triste e fraca, estou fugindo o máximo que posso das conversas densas cheias de conteúdo sobre a vida.
Por que quando a vida fica por um fio o melhor é deixar que ela volte de mansinho, para então acende-la como a um fósforo....por que no final das contas é isso que somos....um faísca, uma pequena luz...Não lembro quem disse, mas vou repetir: existimos porque os outros pensam em nós....

terça-feira, 29 de julho de 2008

Poucas promessas

Em tempos como esses o melhor mesmo é ter uma destemida vontade de viver. Entenda "viver" como quiser, porque afinal de contas eu não tenho nada haver com os seus preceitos sobre a vida. Seja uma pessoa de poucas promessas, não deixe ninguém esperando a sua palavra, e pra que proferir alguma palavra?....quase nunca somos o suficientemente verdadeiros com elas ou sabemos muito pouco sobre o poder dela sobre os outros.
Não prometa nem a si. A dúvida é a melhor esperança, quando titubeamos sobre algum assunto é porque nossos horizontes estão aberto, sem o medo de errar, dando chances a todas as oportunidades da vida.
Faça as suas escolhas, mas as faça por que você quer, e se a caso tudo der errado a saída de emergência é um novo começo. Prove tudo e todos, não tema o desconhecido, chame-o para perto.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Desconexão

Contenho, com imensa força - que nem sei de onde vem.
toda a tristeza que sinto da sua partida...
Compreendo as sequelas....
Sinto pela proxíma pessoa que vai se aproximar....
Quanta coisa ela terá que passar...
Até enfim me encontrar...
Nem eu sei mais o que sou....
A culpa é minha....de tanto provar....nada mais tem sabor....

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Inevitável

Quase não me aguento, e seguro entre os dentes a vontade de você!
Inspiro forte para limpar os pulmões, mas é a alma que está impregnada!
E teu cheiro insiste, persiste em percorrer o espaço entre ontem e o hoje!
Impressionada!
Prendeste em rédias firmes a minha paixão, que desprovida de qualquer tipo de razão, de indomada à mansa fera, suspirou quieta nos braços teus....
Continue me olhando!

E agora que sei como Guilherme de Almeida previu, que não te sou mais inédita, é exatamente agora, que sobe o calafrio. Insano tempo entre saber se a verdade está na solidão ou na esperança! Débil e incontrolável, os pensamentos meus, tentam sem saber e tentando acham que chegarão até os teus.
Bobagem poética de quem experimenta o que de fato falta ao coração.

terça-feira, 24 de junho de 2008

O que sei sobre você é que sempre estou mais perto de mim.

Somente a sensação do molhado.
Eu sinto.
Eu persisto.

Nenhuma força me levaria tão longe.
Cada minuto eternamente.
Como se não existe mais nada: nem antes, nem depois.
Com você existo.
Intenso, forte, insinuante, divertido, pervertido.

Faça o que tem que ser feito.
Enlouqueça na virada da noite
Misture tudo, pra que eu não entenda nada.

sábado, 24 de maio de 2008

Nesse instante...
Rompe-se...
Seguindo sozinha...
Um destino traçado para dois...
Sopro esperanças...
De que a solidão seja curta...

segunda-feira, 12 de maio de 2008

TALVEZ NA PROXIMA

Preciso nascer de novo.
Esta cada vez mais difícil.
E cada vez mais proxímo do fim.
Ainda não entendo.
Ainda não percebo as relações dos fatos.
O que eu sou?
O que eu quero?
Preciso nascer de novo.
Não consigo escolher.
Não sei quais são as opções.
Enxergo e não defino.
Entrego e não compartilho.
Disfarço que sim.
Mas não conheço.
Experimento, gosto e não continuo.
Preciso nascer de novo.
Desesperadamente.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

SEM SENTIDO

...
SE NÃO...
ARREPENDO...
VOU ...
QUASE SEM MIM...
QUIETA...
PARA NÃO EXPLICAR...
OLHANDO...
PRA NÃO ESQUECER...
SONHANDO...
PARA ADORMECER...
ANTES...
ENLOUQUECER!

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Água e sal


Toda lágrima é um espelho

O reflexo mais raro de cada um

Tão íntimo que não se atreve a cair por cair

Nela não só o sal compoem sua água...

Também todo o passado escorrega do espiríto

Explicando o que palavras não conseguem...

Toda lágrima comporta em si um universo...

Que existe de dentro pra fora.
As lágrimas...

Refletem no pranto a cruzada da alma!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Desembaraço


Aos nós da vida, os teus dedos...

Que aos poucos desata simplismente assim...

Suave do começo ao fim...

Quem diria....


Nem eu saberia o que falar...

Se em algum momento premeditasse...

Eu não reconheceria....

Tomaria como impossível...

O que hoje é facil ver...

Mal me tocas e já me arrepia.....


Se veio a pedido do destino...

Permaneça!

Te dou minha carta de alforria....

E me prendo em tuas mãos...

Por que sem nós....

Posso atar-me ao que quiser....



quarta-feira, 19 de março de 2008

A segunda face


Eu sou duas

E hoje a segunda me dominou....

Nem deu tempo de me preparar;

Arrebatou meus sentidos...

E em um comando suave, disse:

Não vou parar !

Não enquanto não te derreter de prazer....

Não antes de você assumir que precisa de mim!

Sou teu lado mais livre...não me condene...

Me use!!!!

quarta-feira, 12 de março de 2008

Sentimento


Em meus sonhos mais profundos...

Sou livre....

Sou eterna...

Sou feliz...

...

Sentindo o sol....

Contando estrelas...

Sou natureza...

Nua e crua...

Sem humanidade...

Só instinto...

Força vibrante....

Luz em movimento....

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

TIC-TAC


O consciente me condena a rotina...

Me recorda o amargo passado, transformando em fardo o dia que nasce...

Transforma em cada minuto o suspiro: de prazer à impaciência...

Repete...não me deixa ser inédita...

Ao súbito inconsciente...

Imploro a loucura, que sem pudor me deixa viva, e por ser insana me torna inocente...

E desgarrada de culpa, embebedo-me na simplicidade de tuas palavras, acreditando em cada som que escapa de tua lingua...

Que o tempo pare, e que seus ponteiros sirvam de lança e perfure romantica e lentamente o meu peito, levando daqui tudo o que sou, já não podes me salvar. Porque não se liberta o pássaro do cativeiro.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Néctar







Ao profano beijo...
o insano resultado...
boca ardente ...
cheia de dente...
mordendo o bico quente do meu seio...
Um desejo venenoso que desce pelos teus dedos...
Provocando cada espaço da pele percorrida....

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Brisa


Enquanto a brisa o não vem...

Há pequenas explicações pelo chão...

Vestígios e ínicios abandonados...

Esperando a mente vagar...

São pequenos vazios...

Carregados de idéias que estavam perdidas!

Sombras


Perdidas, desentendidas, desesperadas, espalhadas.
Sem vida, sem pele, sem osso.
Refletindo sem entender, instanteneamente: esticada, dobrada.
Marcando hora à luz e sucumbido, sumindo, despedindo, descansando na escuridão.