terça-feira, 24 de agosto de 2010

domingo, 8 de março de 2009

Nada por ai!!!!

Desenquadro a pintura a cada movimento da cigarra.....penso e ainda assim não sei onde estou....

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

...

E todos os dias, como que receitado pelo médico, eu tomo....
A medida errada de precaução, daquelas que impede a natureza de ser livre...
Quem dera a cada vez que meu coração se apaixona-se poder rasgar o passado em mil pedaços...
só pra poder entregar a alma de uma só vez....
Que perfeito seria, ficar com o melhor do meu olhar....
E eu que fui a "300km/h na sua direção", esqueci que levo junto no porta mala tudo o que sou....do bom ao ruim....do leve ao pesado....
Eu espero com uma esperança que teima, que você não se importe...que você perceba de forma sincera o que eu tenho pra te dar, tudo o que eu posso te amar....
Eu espero que os meus fantasmas não me assombrem, que se exorcisem e desapareçam...
Pra seguir te dando a paz que sonho, a alegria que me invade em cada sorriso teu.
Não quero mudar, não quero ser outra pessoa, não quero nascer de novo, quero te apresentar a maravilha que você despertou em mim!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Ninguém sabe, e não adianta discutir.....
Não sei por que estou aqui....é aqui mesmo na Terra, onde nascemos e morremos. Indecifrável tempo.
Que traz e leva um pouco de mim todos os dias, pelos olhos que cruzo, pelas bocas que ouço, pelos ouvidos que me emprestam.....Pela luta que todos os dias levantamos, acreditando em futuros que podem não acontecer, ou que acontecem sem esperar.....
Vida, maravilhosa......
Que eu aprenda dessa vez, a crescer, a tornar-me sábia o suficiente, para que o trabalho seja fácil e a convivência feliz...

domingo, 7 de setembro de 2008

Caminhando perto de casa

É verdade...um dia de cada vez é bem melhor.....
Hoje amanheceu cinzento e volta e meia o sol atravessava as nuvens carregadas de eletricidade, clareando apenas alguns pedaços das ruas, como um olho a nos espiar pela fresta. O vento alimentava o frio empurrando-o contra a ponta de nossos narizes. Ninguém na rua, as árvores de um verde vibrante contrastam com a escala de grafites do dia, elas dançam chacoalhando suas cabeleiras denunciando o sentido da corrente de ar, cachorros de todos os tamanhos correm e latem criando uma sinfonia que anuncia nossa passagem em cada uma das ruas, as mãos dentro do bolso tentam encontrar o calor e o rosto se encolhe dentro do capuz.

Por alguma explicação que ainda não consegui colocar em palavras, meu coração está estranhamente tranquilo, caminho pelo tapete preto feito de piche, deixo o peito gelar numa respiração profunda, parecida com aquelas de quando estamos prestes a mergulhar.

Olho pro meu irmão e sei que o dia se passará com frases incompletas e pensamentos que se perdem...gosto disso me dá a sensação de conhecê-lo profundamente, vamos caminhar muito, e a noite minhas pernas irão doer, mas eu quero, eu preciso.

Na praça, algumas horas depois, no escuro, em frente ao banco de madeira, no meio dos balanços o escorregador está cercado por água que reflete a luz sépia do poste velho, nós esperavamos, daquele momento em diante meu dia mudaria de tal forma que a sensação térmica passaria a ser indiferente. Pouco a pouco o dia se transforma, agora estavamos em três pessoas alguem que eu não conheço começa a conversar conosco, é conhecido dele , mais baixo do que qualquer um de nós, passa alguns minutos falando de sua própria vida, o que acho digno, afinal tem quem se interesse mais pela dos outros e vai embora, como um fantasma.

Continuavamos a esperar....logo mais alguém chegaria e traria consigo a minha caixa de pandora, antes caminhamos até a esquina tentando lembrar onde mesmo que ela morava (uma amiga, dessas que vc sabe que é tão igual que o tempo não se encarrega de acabar com a amizade), mas é em vão. Na mesma esquina, alguém liga pra namorada do orelhão; estão em um impasse sobre quem tem a culpa. Meu irmão se curva para alcançar a persiana de ferro que desce no final do expediente na mercearia, hoje é domingo, assustada porém mais necessitada, vende os cigarros avulsos, foram pedidos R$0,30. Retornamos ao banco da praça, quase desistindo.

Do outro lado da rua, ajeitando a blusa e colocando o gorro, ele chega.....eu quero contar tudo, todas as coisas que vivi.....e estou anciosa pra isso (essa minha reação foi mais outra surpresa), mas ele é complacente e pacencioso e acho que percebeu o quanto eu precisa disso, houve permissão, eu senti.
É verdade, as lembranças ficam mais vivas quando você encontra pessoas que te conhecem de longa data. Nostalgicamente aos poucos, no lugar do terreno vazio que servia de atalho para o colégio onde estudei, casas se levantaram, há muitas em construção, mas ainda há muito verde, diferente de São Paulo, onde a natureza já perdeu seu espaço.

Resolvemos que é melhor caminhar, já não sentimos mais os dedos do pé, um grupo de motoqueiros irá nos perseguir, somente na nossa imaginação, eles cruzaram tantas vezes pelas mesmas ruas que desconfiamos de suas intenções, afinal um de nós acabará de ser assaltado: moto e celular uzurpados do fruto de um trabalho, injusto e revoltante.

Quando reconheço o muro do cemitério, logo em seguida ao meu comentário....o arbusto move-se, alguém está tentando se aquecer ali, um miseravel se aconchega na sua cama de jornal e creio eu na minha dedução simplista e descarada, de que a solidão só não é maior por conta de um cãozinho que se ajeita logo abaixo de seu braço. Uma pegunta fica no ar: porque escolher aquele lugar, nunca saberemos! Nesse exato local a primeira entrada no passado: - Olha, são os prédios da base áerea, o primeiro é o do Pitty. - Aqui, não dá pra ver, mas é o bar do alemão, por trás da casa....é verdade o tempo voa.
Continua.....